O Sudão foi divido entre norte e sul em um referendo realizado em 9 de julho 2011. Com a divisão do país em Sudão do Sul e Sudão (norte), o Sul ficou com uma população majoritariamente cristã, e o norte, muçulmana.
Os cristãos do sul do Sudão tinham até ontem, domingo de Páscoa (8 de abril), para tentarem obter uma nova cidadania e tornar-se cidadãos do Sudão ou serem deportados. Os cristãos temem que as autoridades usem a ocasião como pretexto para extinguir o cristianismo do país, dizem os líderes da igreja.
Mais de 500.000 cidadãos de origem étnica do sul que vivem no Sudão (norte do país) há décadas - alguns deles nasceram lá - serão considerados estrangeiros após domingo. Organizações de direitos humanos pediram que Cartum lhes conceda mais tempo para deixar o país ou pedir a cidadania.
Os líderes cristãos expressaram preocupação já que a mídia local, como o jornal Al Intibaha, tem alimentando o ódio contra os cristãos do sul, descrevendo-os como "células cancerosas no corpo do Sudão, a terra dos árabes e do Islã", e pedindo ao governo para deportá-los.
"Os meios de comunicação locais estão se tornando muito hostis para com os cristãos que ainda estão no norte," um cristão anônimo disse ao Compass por telefone.
O governador, Ahmad Abbass, do Estado de Senar, na região central do Sudão, prometeu deportar sudaneses sulistas de seu estado "sem arrependimentos", de acordo com Alsahafa, um periódico árabe. Banners têm aparecido nas ruas de Cartum pedindo ao governo e muçulmanos em geral para perseguir e expulsar sudaneses do sul, alguns dos quais também são muçulmanos. "Por que eles ainda estão aqui? O governo deve expulsá-los do país ", afirma um banner.
O governo do Sudão (norte) começou a emissão de documentos nacionais para identificar os cidadãos do Sudão, mas negou o direito a sudaneses do sul. Sem um registro nacional, os sulistas não podem exercer seus direitos de cidadãos, trabalhar ou estudar.
As igrejas no Sudão têm sofrido inumeras perdas de seus membros já que muitos se preparam para o exodo forçado, disseram líderes cristãos.
"Estamos monitorando a situação e pedindo a Deus para nos proteger", disse um líder de igreja.
O presidente sudanês, Omar al-Bashir, prometeu basear a constituição do Sudão na lei islâmica (sharia), os sulistas são confrontados com uma escolha difícil, escreve Elizabeth Kendal no Boletim de Oração pela Liberdade Religiosa.
"A mensagem que querem passar é esta: Se submetam à sharia ou deixem o país", escreve ela. "As igrejas podem imediatamente se tornar alvo de ataques agressivos, caso os cristãos não cumpram a recomendação do governo até o dia 9 de abril. Em todo o Sudão, as igrejas estão perdendo membros que estão fugindo para o sul - incluindo aqueles nascidos e criados no norte – que têm ascendência étnica do sul. Isso pode eventualmente tornar-se um pretexto para o governo fechá-las. "
Os sulistas que estão fugindo do norte do país podem não ser bem recebidos no sul do Sudão, já que isso pode gerar um aumento da concorrência por recursos naturais que são escassos, levando a um maior conflito tribal, seu destino, portanto, dependerá da misericórdia de ambos os governos do Sudão e do Sudão do Sul, disse o Rev. Karlo Aika à estação de rádio 98,6 FM no domingo (1 de abril). Ele disse estar preocupado com a segurança dos cristãos sulistas.
"Nós estamos com muito medo, não sabemos porque essas coisas estão acontecendo", disse ele.
Pedidos de oração
• Ore para que haja paz de Deus, no norte e no sul do Sudão e para que esta paz guarde o coração e a mente dos cristãos em Cristo Jesus.
• Peça a Deus que proteja seus filhos de qualquer ataque físico ou espiritual que os impeçam de segui-lo.
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Fonte: Compass Direct
Via: Portas Abertas
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